quarta-feira, 24 de outubro de 2007

"Mito e corpo" -Diário de Leitura - Tiago Pimentel


Antes de começar, fui ler o diários dos outros. E involuntariamente pensei: "será que vou conseguir escrever esse tanto? Será que minhas percepções foram tão consideráveis assim?"

Em uma leitura que aborda também a nossa relação com os padrões da sociedade, logo pude perceber que teria sim, algo a falar.
Me impressionou pensar a questão do mito e sua relação com o corpo e do autor abordar logo de princípio que os mitos têm uma função prática. Me aparentou algo um pouco estranho, pensar algo poético como um mito, agindo de forma prática. O autor justifica sua colocalção ao dizer que os mitos são metáforas que se faz para expressar e entender o corpo - suas formas, expressões e atitudes. Nunca compreendi ao certo o significado da palavra "somático", me parece algo que eu sei o que é, mas não sei explicar e este texto fala o tempo todo da tal "experiência somática". Procurei no dicionário e achei a explicação de que somático é algo que diz respeito ao corpo. Assim, clareou-se um pouco mais quando li que o mito pode ser compreendido como a somatória de mente e experiência somática com a vivência expiritual. Sendo as experiências todo evento corporificado e o mito a forma de ordenar essas experiências como um processo organizado. Os mitos apresentam sagas de heróis e compreendo que trazer isso para o corpo é pensar de forma a entender os obstáculos, desafios e mudanças que enfrentamos e que nos fazem entender e aprender nosso processo corporal. Através dessa mitologia, pode expressar a verdade do corpo e jornada somática. O autor fala que seu trabalho veio da junção do somático-emocional, com o conhecimento literário e com a imaginação no corpo. Tantos elementos que se pensados, podem nos fazer compreender muito sobre nosso próprio corpo, mas que às vezes passam despercebidos ou são pensados individualmente.
Vivemos experiências com o corpo e o mito vem para ordernar tudo isso, ajudando-nos a incorporá-las. Em relação à nossa realidade, percebo que se fala muito da perda de nós mesmos, do desenraizamento da nossa natureza por diversas causas, dentre elas, a social. Nisso, corremos o risco de nos tornar a "terra devastada", perdendo a realidade somática, abandonando o corpo.
Achei muito forte quando se diz "o mito do corpo abandonado", seria um corpo sem um corpo, seria um objeto. É uma tarefa difícil tentar se desligar da racionalidade e dos símbolos e signos que invadem nosso cotidiano e se voltar para o corpo em uma época em que se tem que voltar tanto para o cérebro. O racional invadiu a vida e tomou a vida, o cérebro manda e o corpo obedece, e assim as pessoas vão parando de de viver o corpo sem saber que a existência somática é a soma perfeita da experiência direta com as imagens representativas que se faz. Aceitamos que essas imagens vêm do cérebro, nos considerando imagens esquecendo o corpo em si. O corpo é mais que imagens e precisa ser vivido.
Percebo a história de Parsifal como um trajeto de vida. Inicialmente não se tem uma imagem social formada, essa imagem é construída pelas experiências que vivemos. A trajetória do herói (corpo) se construindo, vivendo, experimentanto, se organizando e desorganizando que se finaliza com o "todos viveram felizes para sempre". Para o corpo, o mito nunca tem final, pois está sempre sendo incrementado e renovado à medida que nos dedicamos a investigá-lo.



Esse aí o Parsifal gente!!! E você, qual seu cavalo e como você é como caveleiro?

Expressão corpora lI:

Expressão corpora lI:
Mito &Corpo, uma conversa com Joseph Campbell.
Keleman, Stanley.
Diário de leitura
Gostei muito da idéia do blog e achei muito bom poder ler os trabalhos dos colegas. Suas visões sobre o texto variam, inclusive interpretações (já que isso é normal devido à subjetividade); mas o que mais me causou estranheza foi o modo do diário de leitura. Pelo que entendi, o diário de leitura seria o registro da leitura somada com os pontos de vistas, pensamentos e interpretações sobre o texto lido. Para mim o diário de leitura seria uma conversa com o papel ou mesmo, simplesmente, o meu pensamento escrito. Não sei se esta correto assim, mas se não estiver por favor titia Renata me diga à maneira correta J.


De inicio o que sempre observo é a capa do livro que vou ler. É verdade que um livro não se julga pela capa, mas a capa me diz muito sobre o livro. Pelo livro estar se tratando de mito, deve-se ter em consciência o próprio conceito de mito que cada um tem. O meu conceito e mito seria aquilo criado para explicar as coisas inexplicáveis, pois o homem não consegui viver com aquilo inexplicável e até teme aquilo que desconhece.
Na capa se encontra dois esboços de um corpo, o primeiro sendo totalmente com traços retos e forma corporal quadrada, até o seu invólucro onde está desenhado é de forma retangular com traços retos. O segundo com forma arredondada e com invólucro arredondado. Essas imagens de inicio já me provocam varias idéias na mente... Especulações e mais especulações do que pode conter nesse livro e ainda me traz memórias das aulas de antropologia da arte que tive semestre passado (1º semestre-2007) idéias que amontoam meus pensamentos só de olhar. Isto me faz lembrar de um método utilizado para apreciação da arte, e ate mais, uma teoria de manifestação e criação da arte. Essa teoria traz a idéia dos opostos: se há algo quente, obviamente há algo frio; se há o alto, há o baixo e assim por diante. E já que esse livro me parece ser de um aspecto um tanto quanto psicofísico, traz a relação da criação artística e analise do homem, já que a manifestação artística ou a arte em si é a tradução do homem e tudo que vê, pelo próprio homem. A principio me faz pensar que se trata do estudo o sensorial emocional do homem sobre a ótica do corpo. Mas também pode ser só um monte de viagem.
Bom, pra começar gostaria de já saber quem é esse tal de Stanley, pois aprendi pela pouca experiência que tenho que não se deve acreditar ou pelo menos aceitar como verdade única uma opinião ou conclusão tirada por alguém, mesmo que este seja renomado... Sempre e sempre as pessoas são superadas ou suas próprias teorias e mais, os ídolos sempre caem.
O titulo já me faz confusão. Como pode o mito e o corpo estarem ligados? A primeira resposta que me vem à cabeça é que o homem tenta assemelhar tudo que cria com ele mesmo, desde os deuses no caráter físico ou na sua humanização (sentimentos).
No inicio Keleman já diz que os mitos falam do corpo, que ele se baseia no corpo, que é experiencial e que os mitos prometem a produção de corpo, o aprofundamento dos repertórios de sentimento e ação. Mas eu não consegui enxergar essa visão de keleman, como pode o mito estar relacionado com o corpo no sentido de aprofundar o sensorial humano, ou pelo menos prometer isso??? Esta é uma pergunta que espero que o texto em si me responda.
Consegui ter uma pontada de resposta à pergunta quando Campbell afirma: ”mitologia é uma canção, a canção da imaginação inspirada pelas energias do corpo”; neste sentido concordo plenamente; pois o corpo, que ao meu modo de ver seria o todo do humano que expressa o que sente ou o que imagina. A correlação que Campbell faz aos mitos gregos e a reclassificação do nosso pensamento (deixar de pensar em matriarcado-patriarcado para mesomorfico-endomorfico) de certa forma me fazem imaginar que a maneira de pensar esta ligada ao meio, que é o maior meio da reflexão do exterior sobre nós mesmos é o corpo, daí a relação dos mitos estarem ligados ao corpo. Os mitos seriam a tradução do meio pelo corpo resultando no pensamento humano do local (ou consciente coletivo).
Entretanto, quanto se cita o mito do graal, keleman teorisa que este mito seria relação da nossa jornada pela compaixão; mas eu somente acho que seria uma das formas de interpretar o mito, foram apontadas outras e sinceramente, não consigo ver o mito do graal como busca pela compaixão (purificação). O graal, no meu modo de interpretar o mito, seria a passagem do sangue real aos homens, ou seja, a divindade reincidida ou retornada aos homens. Sempre que leio algo é sempre assim, nunca concordo com 100% do que leio e é como eu disse no inicio: o mundo esta cheio de subjetividade e não existe verdade absoluta.
Isso tudo me leva a pensar... A densidade de uma pessoa não pode ser medida pela sua aparência, ou ate mesmo pelo convívio. Pode-se viver uma vida inteira com alguém e mesmo assim não se tem noção de sua capacidade, conhecimento e até mesmo do seu potencial. O corpo traduz muito o perfil de uma pessoa e até mesmo sua ressonância interior; mas somente uma parte. Pensei nisso tudo devido à afirmação de keleman em que a sociedade moderna nega o corpo como fonte de conhecimento, e que os mitos não estão mais enraizados na experiência corporal. E se for assim cria-se outra pergunta: se o mito não está enraizado na experiência corporal, onde ele está enraizado hoje em dia??? (pra essa pergunta talvez eu não encontre a resposta).
Seguindo o texto, me deparo com outra imagem que me inspira um monte de idéias, a imagem composta do corpo. (É uma imagem que parece ser pedaço de músculos agregados, totalmente desfigurada, e que mostra parte da coluna(sustento do homem) e ao mesmo tempo olhando o todo se tem à idéia de corpo... ou pelo menos passa a imagem). Isso tudo só vem reafirmar que o corpo é um conjunto de pequenos pedaços que vão compondo a nossa imagem, nossa auto imagem e nossa composição que nós nem mesmo nos damos conta.
De tanto keleman ficar batendo nessa tecla do graal, acho que isso é nada mais do que a pessoa achar um outro objetivo na vida, após alcançar o antigo almejado; seria a busca de um novo sentido e a preparação do corpo pra esse sentido de busca, keleman mesmo afirma: “Preencher-se novamente é o graal”. Isso de certa forma diz muito sobre o capítulo três intitulado de terra devastada; tratando-se do mito do corpo abandonado, que seria um corpo sem conteúdo ou sem sentido (sem vida). A busca do graal seria a busca da ressurreição corporal.
A questão de viver de imagens e simbolismos traz uma idéia de que nós perdemos nossa parte na natureza. Faz-me pensar que enquanto estamos em sociedade desligados de forma exagerada da natureza, perdemos a nossa identidade corporal, passamos a enxergar a natureza como imagem e o nosso corpo também como imagem, nos vemos como um padrão e não como um corpo dotado e cheio de vivencias, experiências e como um corpo que tem sua própria filosofia, algo que remete (reflete) angustias, pensamentos e experiências vividas.
Entretanto a historia do graal e de Parsifal conta toda a trajetória de modo metafórico do reconhecimento do corpo e das imagens que atrapalham tal reconhecimento. Enfim é uma metáfora difícil de ser entendida e acho que eu mesmo não consegui absorvê-la ao todo.
Enquanto continuo lendo chego à conclusão de que o texto é muito denso. Seria necessário varias pré-leituras dos conceitos tratados, de abordagens que seriam tomadas, isto ajudaria muito na melhor compreensão e tomada de idéias. Ás vezes no meio da leitura fico meio perdido e confuso, tendo sempre que voltar e ler novamente o parágrafo não entendido confesso que torna a leitura extremamente cansativa.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

diario de leitura

Expressão Corporal II
Diário de leitura
Texto: “Mito e Corpo” de Stanley keleman

O título já me chamou a atenção. O que mito têm a ver com corpo? Pareceu-me um pouco estranho e impossível de haver alguma relação mas, de acordo com Stanley Keleman isso é possível.
A mitologia é uma poética do corpo que conta a verdade celular.
Para Stanley o mito é um processo pelo qual organizamos nossa experiência somática, essa que por sua vez, é um evento corporeificado. O mito é um poema, uma dramatização da experiência de ser corporeificado; é metáfora que se baseia-se no corpo e que do corpo fala.
O autor fala da prática do Corpar que são exercícios que fazem emergir o corpo desconhecido sobe formas de imagens, sonhos e expressão emocional; desorganiza e intensifica nossas posturas emocionais, gerando sentimentos e evocando lembranças. O propósito dessa prática é de reestimular as imagens do próprio corpo.
Em diálogos com seu companheiro Joseph Campbell sobre mito e corpo, Stanley organizou ensaios curtos nos quais separa por partes: a primeira seria a compreensão dos mitos como formas de descrever as experiências do corpo; a segunda parte explora o corpo como processo, fonte de imagens somáticas e históricas; a terceira considera a nossa corporeificação como a jornda do herói; a quarta é o estágio seguinte da jornada do herói – o sentido de ser um adulto maduro e a quinta e última parte explora maneiras de viver de uma vida somática, mítica.
O objetivo desse trabalho é manifestar o processo somático como uma experiência mítica. E ver o corpo somente como um objeto, um processo biológico objetivo, torna impossível a compreensão da forma interior de estar corporeificado; a imagem idealizada impede que o homem conheça sua natureza, ou seja, o homem vive a imagem e não o corpo.
A imagem que eu tenho do meu corpo - que é a imagem que o meu cérebro me passa – substitui a minha experiência somática, ou seja, há um distanciamento do meu corpo com a sua própria experiência emocional e somática. Desse moda há uma confusão entre experiência mental e experiência orgânica, o que transforma nosso mundo em terra devastada, sem vida.
É preciso trabalhar com a experiência e com o simbólico de modo que, apartir da experiência compreenda-se o simbólico.
Como exemplo Stanley usa o mito de Parsifal que mostra como a partir da terra devastada o homem pode conhecer seu corpo.

Primeira aula do segundo semestre de 2007

Continuação do processo de expressão corporal I, retrospectiva:
* estímulos para criação de movimento: (Impressão)
. interiores: memória, sensação, pensamento, emoção, imaginação. Esses podem ser a causa ou a consequência do movimento.
. exteriores: palavras - ação, intenção, imagens (sonoridade, ritmo), poesia- músicas, visão. Reação.
Ações que carregam uma interioridade.

* elementos constitutivos do movimento: (Expressão)
- conceitos de Laban
. resistência/leveza - peso ou força
. tempo - lento ou rápido
. fluência - livre (impulso, queda) ou controlada (movimento sustentado)
. espaço - direto ou indireto, pessoal/kinesfera (referência é o próprio corpo) ou total (locomoção, relação com o outro e com o espaço cênico)
- equilíbrio e desequilíbrio
- apoio
- impulso
- oposição e projeção
- partes do corpo

Como foi prometido estou postando uma parte do meu "Caderno do Eu" da primeira aula desse semestre. Nádia

Diário de leitura

O mito é a, um pouco, corporificação, ou melhor, a explicação dela.
O livro fala sobre os seminários de dois amigos cuja amizade nasceu de um aperto de mão. Cada um desses dois homens, Joseph Campbel e Stanley Kelemann, faz uma ligação entre mito e corpo: mente e experiência somática para Kelemann e mente e vivencia espiritual para Campbel.

* Introdução
“A mitologia é uma canção, é a canção da imaginação inspirada pelas energias do corpo.” (página 17)
O corpo se manifesta. O mito é um organizador das experiências somática. Um home, sentado a beira de um rio, aprende com o seu próprio rio interior.
Hoje em dia os mitos não são mais corporificações, ou seja, é a negação do corpo como fonte primeira de conhecimento.

(A sensação que eu tenho é que o texto irá tratar da transformação do homem, pautando-se em mitos.).

*Capítulo 3: Terra devastada
Perceber-se enquanto indivíduo de um momento presente.
. abandono
Não. Negação das origens, do seu corpo.
Racionalidade em abundância que traz malefícios, por exemplo, a negação do corpo, a terra devastada.
. objetificando o corpo
A consciência muito presente deixa de exercer sua função de pensamento.
A mitologia traz símbolos que devem ser corporificados mas que acabam retidos apenas no racional.
. o corpo humano como um arquétipo
Todas as figuras vivas nos tocam. O corpo junta o passado e o presente.
. imagem idealizada
Quando não se coloca a imagem do mundo no corpo vive-se a imagem do corpo.
. experiência direta e indireta
O somático é a junção das duas vivencias (direta e indireta).
. Freud e a natureza
Natureza dentro da pessoa. Corpo como edificação de símbolos.
. a necessidade de imagens
Atualmente o cérebro retém as imagens e não as deixam apenas ponte de comunicação (externo-interno) cujo meio é o cérebro.
.imagens e distanciamento
A imagem que temos do corpo é diferente do real corpo que temos, assim, exploramos essa imagem e acabamos não trabalhando o corpo.
. a experiência e o corpo
As experiências organizam um corpo de imagens.
Tempo: do evento, da resposta. Gira uma organização experiencial e simbólica.
. maturidade a partir da terra devastada
O tempo somático é diferente do tempo real. Damos mais valou a este quando aquele nos é mais pertinente enquanto vivência.

(Para mim o texto mostra que o corpo pensa e que nós vivemos na imagem de um corpo, e não nele mesmo. A pergunta que eu me faço é: se o corpo é, sem necessidade do raciocínio, quando forçamos um raciocínio sobre ele, ele deixa de ser?).

*A lenda de Parsifal
O uso que nós nos fazemos.
A terra devastada por uma maldição de Graal tem que ter vida novamente.

(tópicos:) “A vida inautêntica ferida”, “O corpo berdado”, “A imagem social não formada”, “Formando o corpo social”, “O corpo social formado”, “O mesomorfo plenamente formado”, “O mesomorfo e seu preenchimento”, “O surgimento da qualidade endomórfica”, “O endomorfo não formado e a ausência de compaixão”, “Desorganizando o mesomorfo e iniciando o endomorfo”, “O endomorfo plenamente formado”.

A curiosa informação que eu guardei desse mito foi o fato de os subtítulos, por serem intimamente ligados a relação familiar (patriarcado e matriarcado) conforme citado no inicio do texto, influenciarem diretamente na história de transformação de uma menino fantasiado em rei Graal.

Nádia Higa

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Mito e Corpo

Diário de leitura de Marly Magalhães

Nos identificamos pensando em nossa estrutura corporal. Podemos usar da influencia que os mitos têm em nossas vidas para idealizar nosso corpo explorar nossas formas e sentimentos.
“A experiência é um evento corporificado e o mito, como um processo organizativo, o modo que temos para ordenar a experiência somática.” Como interpretar essa frase? Seria nosso corpo, nosso herói? Creio que todos idealizamos um corpo perfeito, nem todos são favorecidos geneticamente falando. Alguns são privilegiados, outros precisam de um trabalho intenso e específico para que seu corpo consiga corresponder às expectativas. São obstáculos encontrados, desafios e mudanças que nos ensinam a fazer corpo presente no mundo.
Experiências vividas nos amadurecem, influenciam em nosso comportamento instintivos e emocionais nos dando valor, nos incentivando a produzir com amor ao destino nos dando capacidade de sermos receptivos e de estarmos presentes em nós mesmos, a termos compaixão. Se aprendermos a ter compaixão, por conseguinte, aprendemos a ser capazes de estarmos presentes em nós mesmos e de instruirmos nossa realidade e humanidade.
O mito é um poema sobre a experiência de ser corporificado e sobre nossa jornada somática, a experiência genética que organiza um jeito de nos transformar. O mito é um processo organizador que cria ordem a partir da experiência somática, nem sempre conseguida dentro de uma academia.
As vezes, com exercícios descobrimos em nós, um corpo desconhecido, imagens, sonhos e expressão emocional. Isso nos dá vitalidade e faz com que aprendamos a buscar em nosso interior respostas para questões que nos intrigam. Podemos dizer que os mitos são metáforas para estados corporais internos, experiência e desenvolvimento. Na realidade há controvérsias, corporificamos e incorporamos imagens externas que não tem ressonância interior. Vivemos de acordo com o que nossa sociedade impõe, a propositada Prática de Corpar é reestimular as imagens do próprio corpo.
A nossa corporificação é a jornada do herói, é a natureza somática nos proporcionando individualidade.
Em nossas histórias falamos de nossa corporificação, comunicamos aos outros como corporificar suas experiências e como trabalhar com elas para criar uma vida. Aprendemos a viver com nosso corpo uma vida somática e mítica.
Caso percamos nossa realidade somática, habitaremos uma terra de ninguém, seremos um corpo abandonado. Vivemos em uma terra onde nossos corpos estão a serviço da mente e servirão sempre aos seus propósitos. Estar fisicamente presentes em nossa vida é estar numa terra animada. Viver como uma imagem é estar numa terra devastada.
O nosso cérebro faz de nosso corpo um objeto, um processo de criação de imagens e então símbolos tomam conta de nós e o significado desses símbolos torna substituto de nossa própria experiência.
Como a natureza, nosso corpo tornou-se uma fotografia, uma idéia, um símbolo, uma imagem no cérebro. Vivemos na imagem do corpo e não no corpo. São duas esferas, da experiência direta e das imagens representativas. Vivendo nas duas esferas realizamos um diálogo entre elas, é a verdadeira natureza de existência somática. Se confundirmos uma com a outra perdemos o contato com o corpo.
Como dizia Freud, a natureza está dentro de nós, começamos assim a experienciar imagens do cérebro. Essas imagens substituem a experiência somática. Hoje consideramos as imagens a própria realidade, a imagem que o corpo faz é a que nós somos. Quando confundimos imagens com experiência, transformamos nosso corpo em uma terra devastada. Quando aprendemos a viver das nossas respostas orgânicas somamos sentimentos e imagens construindo assim uma maturidade a partir da terra devastada.
É o nosso corpo que escolhe o que vamos ser quando crescermos. A imagem somática está diretamente relacionada ao processo biológico. Isto sem considerar as imagens impostas pela sociedade.

A Lenda de Parsifal

A realização mística abrange o bem e o mal, a bondade e a maldade são relativas, elas não são absolutas. Deus e o diabo. A única maneira de curar a Terra Devastada é essa transcendência de todos os sistemas conceituais. A compaixão é a chave, compaixão quer dizer união de um par de opostos.

Eu Sou Você!

Uma reflexão sobre mito e corpo

Mito são pensamentos e idéias de um grupo de pessoas que não podem ser lidos e compreendidos como uma ciência. A nossa cultura não facilita essa compreensão e a relação dos mitos com o homem, já que passamos a racionalizar tudo e deixamos de simplesmente sentir e armazenar no corpo experiências.
O experimentar não é apenas conhecimento acadêmico, é sim viver o presente e estar com o corpo pleno nas mais distintas atividades. Isso indica que meu corpo é um instrumento de apreensão de conhecimentos novos e diversos.
O símbolo juntamente com a nossa capacidade de criar e recriar contém tudo o que é necessário. A imagem e o símbolo trazem a possibilidade de contato corpo e consciência.
Porém o mais difícil é entender como eu, filha de uma geração racional, posso me encontrar e me expressar através de símbolos, arquétipos de mitos que estão tão distantes de mim.
Como posso fazer o processo inverso do que costumo fazer corpo – mente, ao invés de mente – corpo? Ou seja, como posso eu gerando uma imagem ou tendo uma sensação no corpo adquirir um conhecimento?
Onde estão os símbolos e arquétipos que podem nos inquietar e trazer algum tipo de transformação?
Talvez seja justamente esse processo somático que devo, que devemos conquistar, uma volta a um eu perdido na sociedade onde outrora a imaginação e o mover de um corpo presente era um meio de se obter as mais belas e profundas experiências.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

MITO E CORPO - Diário de Leitura

Achei o texto um pouco denso, em alguns momentos até esquisito, várias vezes parava para tentar organizar minhas idéias... mas percebi que isso é uma característica do próprio mito: não dar nada pronto, deixar que cada indivíduo descubra sua própria interpretação.

Capítulo 3 – Terra Devastada

Manifestar no corpo uma experiência de outra realidade...
O mito nos fornece uma diferente da cotidiana. Essa lógica requer uma outra forma de expressão, um outro corpo, condizente com ela. Achar esse “novo corpo” é como encontrar o Graal, é estar pleno.
Buscar esse “novo corpo” é um caminho experimental, portanto, um caminho individual é descobrir o que e como nosso corpo representa e através disso conhecer mais sobre nós mesmos.

Abandono

Na minha interpretação, o abandono é a separação que fazemos do conjunto corpo-mente. É abandono porque quando fazemos essa separação nos vemos obrigados a escolher uma das partes, geralmente abandonamos o corpo.
“Abandonamos o corpo em nome de racionalidade e linguagem, símbolos e signos” J. Campbell
Ter consciência de nosso corpo e compreender que ele a mente não se separam é difícil... Mas tendemos a cada dia buscar mais essa divisão.
Nunca havia pensado o corpo como sendo um arquétipo... mas parece que faz sentido.

A lenda de Parsifal
A linda história de Parsifal exemplifica o caminho arquetípico do herói de Campbell. Na minha concepção:

O Graal simboliza o preenchimento espiritual, algo comparado com a pedra filosofal.
O Velho representa o pensamento do homem, aquele pensamento que passa de um para o outro, o senso comum.
Parsifal representa o homem que não aceita o senso comum, aquele que precisa experimentar e através dessa experimentação se torna espiritualmente preenchido, encontra-se consigo
mesmo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Diários de Leitura

Os diários de leitura individuais serão compartilhados neste blog.
Postem os diário sobre o texto Corpo e Mito o mais rápido possível.

Administração Coletiva

Ricardo foi promovido a administrador deste blog, junto comigo.
Isso significa que ele pode fazer convites para novos integrantes, modificar o lay out, inserir listas, links e outros elementos de postagem.

Cada autor tem permissão para editar, criar ou excluir as próprias postagens.
Os administradores podem gerenciar todas as postagens.

Com essa administração coletiva certamente os estudantes da disciplina terão maior apoio para participar de nosso espaço virtual de ensino/aprendizagem e as idéias da turma referente a aparência e conteúdo do blog serão implementadas com facilidade e autonomia.

Bem vindo Ricardo!!!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Convites para ser co-autor deste blog

Recebi mensagens de Lais, Ricardo e Nádia.
Encaminhei convite para Ricardo e Nádia.
Não mandei prá Laís porque ela não escreveu seu emeio no comentário.
Laís, mande outro comentário!

Encaminhem comentários com seu emeio escrito para que eu possa convidá-los.

Vamos falar com as pessoas e ensiná-las a entrar no blog, fazer comentários e postar mensagens.